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Em um mercado cada vez mais orientado pela digitalização e automação, entender o que é um documento digitalizado e como ele se diferencia de um documento eletrônico é essencial para empresas que desejam operar com eficiência e segurança jurídica. 

Embora ambos estejam em formato digital, suas origens, usos e valores legais são distintos — e essa distinção impacta diretamente na gestão documental, na conformidade com a LGPD e na validade jurídica dos arquivos corporativos.

O que é um documento digitalizado

Um documento digitalizado é a versão digital de um documento originalmente em papel. Ele é obtido por meio da captura da imagem do documento físico, utilizando scanners, multifuncionais ou câmeras com boa resolução. O resultado geralmente é um arquivo em PDF, TIFF ou JPEG, armazenado eletronicamente.

Essa prática permite reduzir o volume de papel, facilitar o compartilhamento de informações e otimizar o acesso remoto a registros importantes. No entanto, é fundamental destacar que um documento digitalizado, por si só, não tem validade jurídica plena — a menos que seja autenticado por meio de certificação digital.

Digitalização de documentos físicos com imagem

O processo de digitalização de documentos físicos envolve mais do que apenas escanear uma folha de papel. Para que o resultado seja confiável e funcional, alguns critérios devem ser observados:

1. Qualidade da captura

  • Resolução recomendada: 300 DPI para garantir nitidez;
  • Evitar sombras, cortes ou distorções;
  • Centralizar o conteúdo na página para facilitar leitura e posterior OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres).

2. Escolha do formato adequado

  • PDF/A é o padrão ideal para arquivamento de longo prazo;
  • JPEG ou TIFF podem ser utilizados, mas oferecem menos recursos de segurança e legibilidade textual.

3. Aplicação de OCR

O OCR (Optical Character Recognition) permite transformar a imagem em texto pesquisável, facilitando a localização de informações específicas dentro do documento digitalizado.

4. Organização e indexação

É recomendável nomear os arquivos com padrões claros, incluindo tipo de documento, data e nome do cliente, como: 2025-07-01_contrato-cliente-acme.pdf.

Entre os benefícios da digitalização de documentos está:

  • Redução de custos com armazenamento físico e logística de papel;
  • Maior agilidade no acesso e compartilhamento de arquivos;
  • Preservação de documentos originais;
  • Base para automatização de processos administrativos e jurídicos.

Porém, é importante reforçar: a digitalização não substitui a assinatura original nem comprova, por si só, a autenticidade de um documento. Por isso, o uso de certificação digital e assinatura eletrônica é essencial, especialmente para fins legais e fiscais.

O que é um documento eletrônico

Um documento eletrônico é qualquer arquivo gerado, armazenado e utilizado exclusivamente em meio digital, sem que tenha passado por um processo de impressão ou escaneamento. Ele é criado diretamente em softwares ou sistemas digitais — como editores de texto, planilhas, sistemas de gestão empresarial, plataformas jurídicas ou financeiras — e pode ser transmitido, editado e assinado eletronicamente.

A principal característica do documento eletrônico é que ele nunca existiu no mundo físico. Isso o diferencia totalmente do documento digitalizado, que é apenas uma imagem capturada de um papel. O documento eletrônico já nasce com recursos técnicos que o tornam mais dinâmico, rastreável, seguro e juridicamente confiável.

Empresas que adotam esse formato têm ganhos reais em eficiência, organização, economia e conformidade com exigências legais — especialmente no contexto da transformação digital e da LGPD.

Geração nativa digital escrita tem que ser pensante e validade

Criar um documento eletrônico vai além de abrir um Word e digitar. A escrita digital nativa deve ser pensada para o meio eletrônico. Isso significa adotar uma linguagem clara, com estrutura padronizada, metadados bem definidos e conteúdo orientado ao uso prático e formal — como assinaturas, validação, automação e integração a sistemas.

Além disso, essa geração nativa possibilita o uso de recursos que um documento escaneado jamais terá, como:

  • Registro automático de autoria e data;
  • Controle de versões com histórico de alterações;
  • Integração com APIs e fluxos digitais;
  • Aplicação imediata de assinatura digital com validade jurídica.

O documento eletrônico possui validade legal plena quando é assinado com certificado digital ICP-Brasil, conforme previsto na MP 2.200-2/2001 e na Lei nº 14.063/2020. Isso significa que ele pode ser apresentado em qualquer órgão público, tribunal ou instituição financeira com a mesma força que um documento em papel assinado e reconhecido em cartório.

Essa estrutura torna os documentos eletrônicos mais confiáveis e verificáveis do que boa parte dos documentos físicos.

Em um mundo onde a confiabilidade das informações é prioridade, o documento eletrônico se posiciona como o modelo mais seguro, eficiente e juridicamente robusto para empresas que operam com responsabilidade e visão de futuro.

Diferenças legais e funcionais entre os dois

Embora documentos digitalizados e eletrônicos possam parecer semelhantes à primeira vista — afinal, ambos resultam em arquivos digitais suas funções, origens e reconhecimentos legais são bastante diferentes. Essa distinção tem implicações diretas no uso empresarial, jurídico e administrativo.

Um documento digitalizado é, essencialmente, uma imagem do papel original. Ele representa visualmente o conteúdo, mas não traz elementos estruturais digitais, como metadados, edição nativa ou registro automático de autoria.

Já o documento eletrônico é criado diretamente em um ambiente digital, com estrutura técnica que permite edição, automação, rastreamento e aplicação de assinatura digital desde sua origem.

No aspecto funcional, o documento eletrônico é mais versátil. Ele pode ser atualizado, assinado, integrado a sistemas e compartilhado de forma segura. Já o digitalizado serve bem como registro histórico ou para fins operacionais simples, mas demanda cuidados extras para garantir segurança e validade jurídica.

Quando cada tipo é aceito ou exigido

A aceitação de um documento digitalizado ou eletrônico varia conforme o contexto de uso e os requisitos legais envolvidos.

O documento digitalizado costuma ser aceito em situações em que a comprovação legal não é exigida formalmente, como no envio de cópias de contratos antigos para análise, organização de arquivos pessoais ou armazenamento de documentos físicos de rotina.

No entanto, quando o objetivo é validar o conteúdo juridicamente, ele precisa ser complementado por mecanismos como a assinatura digital com certificado ICP-Brasil, ou, em alguns casos específicos, por uma digitalização com fé pública, feita por cartório ou órgão autorizado.

Por outro lado, o documento eletrônico já nasce com atributos que o tornam legalmente confiável. Quando assinado digitalmente com certificado ICP-Brasil, ele é aceito como original em processos judiciais, contratos, operações fiscais, licitações e transações comerciais.

Além disso, por estar estruturado digitalmente, ele permite controle de versões, auditoria de alterações, integração com sistemas de gestão e proteção reforçada por criptografia e autenticação.

Em termos práticos:

  • Se o documento será apresentado a um órgão público, utilizado em processos legais, fiscalizações ou operações sensíveis, o ideal é sempre usar um documento eletrônico com assinatura digital.
  • Se o documento é apenas uma cópia de um original já arquivado, com uso restrito à consulta interna, o digitalizado pode ser suficiente, desde que a integridade seja mantida e o acesso, controlado.

Como garantir validade jurídica em ambos os casos

Quando se trata de documentos digitais — sejam eles digitalizados ou eletrônicos — a validade jurídica é um ponto central para empresas que buscam operar com segurança, transparência e conformidade legal.

A simples existência de um arquivo digital, mesmo fiel ao conteúdo original, não é suficiente para garantir que ele seja aceito judicialmente ou em processos administrativos.

Para assegurar que qualquer documento digital seja considerado legítimo e tenha força probatória, é necessário adotar medidas que comprovem sua autenticidade, integridade e autoria. E a ferramenta mais segura e reconhecida legalmente para isso é o certificado digital ICP-Brasil.

Certificado digital como solução comum

O certificado digital é um tipo de identidade eletrônica segura, que vincula uma pessoa física (e-CPF) ou jurídica (e-CNPJ) a um par de chaves criptográficas.

Ele é utilizado para assinar digitalmente documentos, atribuindo a eles valor jurídico com validade reconhecida em todo o território nacional, conforme previsto na Medida Provisória 2.200-2/2001.

Tanto em documentos digitalizados quanto eletrônicos, o uso do certificado digital garante:

  • Autenticidade: identifica claramente quem assinou o documento;
  • Integridade: assegura que o conteúdo não foi alterado após a assinatura;
  • Não-repúdio: impede que o autor da assinatura negue sua autoria;
  • Aceitação legal plena: o documento pode ser usado em contratos, processos judiciais, auditorias, licitações, entre outros.

No caso de documentos digitalizados, a assinatura digital é o que transforma uma simples imagem escaneada em um documento com valor legal. Já nos documentos eletrônicos, o certificado pode ser aplicado desde a origem, reforçando ainda mais sua segurança jurídica.

Leia também: “Certificado digital e LGPD: como manter sua empresa em conformidade”.

Conclusão: digital ou digitalizado, mas com validade

A digitalização e a criação de documentos eletrônicos são práticas que vieram para ficar — não apenas por conveniência, mas por exigência de um mercado cada vez mais dinâmico, automatizado e regulado.

No entanto, entender a diferença entre documento digitalizado e documento eletrônico é fundamental para que as empresas façam escolhas conscientes, juridicamente seguras e alinhadas às boas práticas de gestão documental.

O documento digitalizado é uma ponte entre o físico e o digital, útil principalmente na conversão de acervos antigos. Mas ele precisa de validação adicional, como a assinatura digital, para ter força legal.

Já o documento eletrônico é o formato mais moderno e seguro, com estrutura nativa para receber certificações, integrar sistemas e ser utilizado com confiança em qualquer instância administrativa ou judicial.

Ambos têm seu espaço e função, desde que utilizados com responsabilidade e respaldados pelas ferramentas corretas.

A segurança e praticidade de documentos digitais

Adotar processos digitais não significa apenas escanear papéis, mas sim implementar uma cultura de gestão documental segura e inteligente. Com o uso de documentos eletrônicos e digitalizados validados com certificado digital ICP-Brasil, sua empresa:

  • Reduz custos operacionais com papel, impressão e transporte;
  • Ganha agilidade no compartilhamento, arquivamento e recuperação de arquivos;
  • Aumenta a segurança jurídica, com registros confiáveis, protegidos por criptografia e autenticação;
  • Se adapta às exigências da LGPD e da transformação digital, com mais controle e conformidade.

Em um ambiente empresarial onde eficiência e segurança são essenciais, documentos digitais bem gerenciados não são apenas uma vantagem competitiva — são uma necessidade legal e estratégica.

Foto de Hellen Mota
Hellen Mota
Hellen Mota é jornalista e redatora. Escreve de forma simples e acessível, ajudando empreendedores a conquistar mais autonomia e segurança.

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